quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

IMPRESSÕES


O prenúncio foi torrentes d'água,
No Rubicão a sorte foi lançada.
Verão de chuvas cálidas,
Mergulhei na noite em Jabaquara.

Mar de letárgicas fisionomias,
Entidades apáticas, sem autonomia.
A turba indecorosa contorcia,
Sob fulgor voraz do oculto artista.

Fisionomia tranquila, era pantomima.
Exíguo em sua completa estatura,
Porém, colossal na medida do talento!

Não se deixa levar pelo vento,
Entre a maioria vagante, sonâmbulos,
Existe um que persiste humano!

(- Na força de sua arte e na vida!)

(Por: Ozzie 06.2019)  ©Copyright

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

O REI PORCO


domingo, 26 de janeiro de 2020

O TANGO


O tango, cuja nossa primeira proximidade,
A jovialidade de tua natureza aflora.
O perfume de outrora retorna com suavidade,
Na musicalidade compassada que enamora.

Incorpora agora, passionais impetuosidades,
Tempestades, no embate dos afetos que aborda.
Comemora o elegante movimento das vaidades,
E o desastre das paixões que vão embora.

Revigora, os passos de nossa afável unidade,
Na sensualidade, o desejo que se afervora.
Esta hora, quero possuí-la em totalidade!

Libertas vontades, deste corpo que implora,
Mais vida, mais amores, mais verdades!
Nem que por uma tarde, enquanto dure a dança!

(Por: Ozzie 01.2020) ©Copyright

domingo, 12 de janeiro de 2020

DAS COISAS...


Das vivências desumanas que já tive,
A mais triste foi o trato medíocre,
Da estirpe brutal de pais limítrofes,
Desses que mais barbarizam sua psique.

E sobretudo "amigos" torpes e terríveis,
Hábeis no sangrar com aços inflexíveis.
Ah, ainda houve os amores insensíveis,
Que matam por dentro, sendo invisíveis.

E habitar entre incivilizados desprezíveis, 
Irredutíveis na vulgaridade e na burrice, 
Lugar de inúmeras aberrações e imundícies.

Irascíveis dias com desfechos sofríveis,
Uma existência que seria plena e livre,
Não fosse o crime de ser gente entre bestas!

(Por: Ozzie 01.2020) 
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

O APÁTRIDA


Suportável talvez fosse outros ares,
Lugares de mais amores e belezas.
Ausente de todas as dores e males,
Partes dessa várzea de torpeza!

Pobreza expressa em desastres,
E ataques a minha polida natureza.
Se tu almejas honrosa civilidade,
Lograres por povos de mais nobreza!

Tristeza é caminhar entre vulgares,
Chafurdares totalmente na avareza,
Vileza de doentias enfermidades,

Aves de rapina de tua grandeza!
A riqueza roubada de teus altares,
É tua felicidade que nunca chega!

(Por: Ozzie - 01.2020) 
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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

NOTÁVEL DANIELA


segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

LIBERALISMO


Das concepções do ignóbil mundo,
O construto de um pascácio inútil.
Desalinho fútil, cria do absurdo!
Psicopolítica de limiares obscuros.

Coerção pela adesão de um discurso,

Do poder, a fome que consome tudo!
Dignidades, esperanças e um futuro,
Aniquilados pelo capital em fluxo!

Quem és, na iminência de teu futuro?
Vulgar investidor nas taxas de juros?
Ou iludido trabalhador sem recursos?

Entenda, no limiar da crise em curso,
Somente os mesmos obterão raro lucro.
O 1% que fez da miséria grande trunfo!

(Por: Ozzie - 12.2019) 
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CORPUS HERMETICUM


Penúria, circunstância que não temo,
Perduro na escassez e no aumento.
Execráveis são os olhos de desprezo,
Dos que confundem riqueza com dinheiro.

Ignorantes gregários, servis e rasos.
Acovardados por fantasmas e receios.
Creem na superioridade, a todo momento,
Sem conhecer, de si, o comprometimento.

Irmão, é o sangue que colhe os louros,
Na fortuna secreta dentro de teu corpo.
Faz tua razão mais reluzente que o ouro!

Transmuta em tua congregação, o tesouro!
E com a grandeza sobre-humana desse fogo,
Almeja a soberania e de teu fortalecimento!

(Por: Ozzie - 12.2019) 
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OUTRA VIDA


A curso do sepulcro que já foi meu,
Seco espinho, exposta dor encerra.
Teu cravo escuro de fé emudeceu,
Sobre apodrecida urna que agora vela.

Roguei primaveras por espírito seu,
E alcoviteiros já a tinham por adepta,
Devota dos vis prazeres que conheceu,
Negociava suas delícias, outrora secretas.

De lama suja à mente, medíocres sandeus,
Deles, a pútrida boca que teu crimes atesta;

Expondo os violentos usos que tu ofereceu.

Então, jurei pela navalha em carne aberta,
Dez vidas passariam, deste que morreu;
E teu cravo de fé jamais tocaria o novo coração!

(Por: Ozzie - 12.2019) 
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MA PETITE CHÈRIE


PSICOPATA DA RUA QUATORZE


Na passagem de amaldiçoada vereda,
Reside o açoitador de sua genetriz.
Proxeneta de suas dúbias certezas,
Psicopata em toda a sua diretriz.

Manipulador de alheias fraquezas,
Rápido ao sentenciar como um juiz.
Desfigurado em delírios de grandeza,
Sendo torpe produto de naturezas vis.

Enganador de sua própria idiotia,
És a mosca venenosa dos arais.
Contaminado de viciosas patologias,

Triste é a casa que lhe abriga!
Sombria a rua de tua moradia,
Amaldiçoado o bairro que empesteias!

(Por: Ozzie - 12.2019) 
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DEPRESSÃO


Prostrar-se à cama, mortuária câmara,
Sob glaciais sudários, encoberto.
Manhã de inexistente esperança,
Melindrado em psiquismo gélido.

Abissais dédalos, a alma alcança.
Esfacelado teu gênio em débito.
Agora, veias sem sangue, turva linfa,
Mérito de teus restos cadavéricos!

Arquétipo de insondável ausência,
Omissão parental, amores desconexos,
Existência destroçada em negligência!

Torácica lacuna de apáticos érebos,
Vazio por dentro, vazio de ocas chagas,
Fez-me fantasma, espectro de quem já fui!

(Por: Ozzie - 12.2019) 
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APRESENTAÇÕES


Apresento a imagética figura,

Dessa condição corpórea maleável.
Verbo de timbrosa desconjuntura,
De fisiologia raramente sociável.

Não se apraz da ruidosa turba,
No ensejo de prosa deleitável.
Adepto das singulares argúcias,

Em pátria de parvoíce detestável.

O que ruminar de impensada luta?
De pulsões que lhe formam indomável...
O ermitão pode resignar seu chamado?

Quando lhe selar a alma com a tinta,
Quando não restar-lhe mais vida,
Rochedo e cira, hão de calar dignamente contigo!

(Por: Ozzie - 12.2019) 
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AGONIA DO EROS


Amor melhor rima com desastre,
Quando tão longe da verdade,

Subalterno de vontades,
Que deslocam sentimentos.

A procura de alimento,

Que mais sacia a fome,
No deleite de objetos sem nome,
Mercadoria que desgasta e consome!

Não mais a completude do afeto.
O flerte tímido e discreto,
Encontros doces e singelos;

Apenas a colisão de corpos.
Interesses desastrosos,
E vidas destruídas para sempre!

(Por: Ozzie - 11.2019) 
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AZÊMOLA


O desdobrar de sua torpe estética,

Talvez seja veneno para a mente.
O que tão comumente deságua no banal,
A baixa propriedade de suas elucubrações,
É pesar de considerações,
Sem perder-se em profundezas abissais.
Tal enfadonha é sua natureza,
Que seu achar que pensa,
É açoite pestilento sobre o mundo!

(Por: Ozzie - 10.2019) 
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THANATEROS


No zigurate rubro,
O rei rufo cavalga estrelas,
Raízes são seus pés desnudos,
Atravessando as profundezas.

Torso que fenda nuvens,
Além de todas as belezas,
Olhos de incandescentes luzes,
Coroado de realeza!

Tua face é o Sol original,
Senhor do tenebroso pórtico,
Guida do umbral.

Seu mote é Air'Odebas!
O que se fez atemporal.
Assassino de Deus!

(Por: Ozzie - 10.2019) 
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CONCEPÇÕES TUPINIQUINS

(Uma reflexão sobre o racismo)

Oh, conjunção de deploráveis atritos,
Pátria de sonâmbulos estólidos (e malditos)
Lar de empáfia e preconceito,
Eis a curiosa condição do negro:

Quando iletrado, tomam-lhe por relapso,
Quando intelectualizado, por metido.
Modestamente indumentado, é bandido,
Zelosamente ornamentado, é exibido.

Pouco do que faz é reconhecido,
Admirado apenas no que é físico,
No coliseu circense dos esportes cívicos.

Povo feito para o labor pesado (e indigno)
Sua intelecção é inadmissível. Dizem:
"Deus até lhe animou o corpo, mas não lhe deu espírito!"

(P.S.: - E assim segue a vida...)

(Por: Ozzie - 10.2019) 
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AS VEZES DOU AZAR


Ela era bonita,
Na verdade mais que linda.
Porém, seus olhos não tinham vida,
Seu abraço, de calor carecia.
Sua boca era dura e fria.
A conversa vazia...
Coisa trivial e típica,
Indelicada e deselegante,
Desinteressante e inexpressiva.
Uísque com gelo melhor aquecia.
E no rádio, contrapontos e Monk,
Minha atenção prendia.
Rezava pelo fim do dia,
Ansiava a despedida,
Um abraço e "hasta la vista"
...E que ela não me convidasse pra entrar!

(Por: Ozzie - 10.2019) 
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O INICIADO


Sob a condenação de tortos olhares,
Que escarra ofensa à boca, de milhares.
Entre concepções vis e seculares,
Pereci imolado em tempos singulares.

Eu, que entre os perversos caminhei,
O mais nefasto ser, de 'amigo' chamei.
Traição, esconjuro e mentira, enfrentei.

O corpo, carbonizei entre círculos solares,
Naufraguei a mente em abissais mares.
Sangrei com a cisão de minhas carnes,
Minh'alma esquartejada se foi aos ares!

Oriundo da violência que me fez,
Um mundo de falsidade e sordidez!
Encrustou derradeira lágrima em solidez...

(P.S.: - Eis a pedra angular do neófito!)

(Por: Ozzie - 10.2019) 
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ASTURIAS


Árduo é o germinar do grão que,
Em solo de areia e pedra, se provém.
Se planta normal não vinga,
Ásperas e disformes,
Serão as lascas de seu caule!
Abastecido de traumas,
Flores e folhas tóxicas alegrar-se-ão,
Sobre a rudeza do mundo que lhe fez!

(Por: Ozzie - 09.2019) 
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O SUBÚRBIO


Abominável e indecorosa província,
Estância de moralidades ambíguas,
Lar de aberrações que destroem vidas.
Acaso, justo eu, lhe devo belas rimas?

Exaltarei o veneno de tuas pradarias?
O vicioso e impudico ar pesticida?
A indignidade saburrenta das esquinas?
Ou lhe devo desprezo na mesma medida?

Eu, que esmaeci em suas colinas,
Julgado fui em vossa torpe hipocrisia,
Desaprendi o amor com sua hoste feminina.

Terra de desilusão e mentira,
Nada lhe devo! Nem mesmo um linha!
Nem mesmo uma ínfima nota de apreço!

(Por: Ozzie - 09.2019) © Copyright