ASSEPSIA & SANIDADE

Habitar em lar que não se limpa,
Entre alvenarias de chorosos cantos,
Invernais prantos por penosa rotina,
Árduas faxinas de meu recontro.

Outros são os pontos, além da mania,
Minhas vias de formais desencantos,
Vivo em cômodos como ermo eremita,
As dicotomias de meu ser atônito.

Meu recanto de pretensões límpidas,
Carece energia para meu conforto,
Portanto, meio morto, evoco alegrias!

Quero luz do dia, além do meu entorno,
Um lavar morno que limpe moradias,
A compleição física, mas também a alma!

 (Por Ozzie 27/01/2021) ©Copyright

QLIPHOTHIANA

Apaixonado fui por pérfido monstro,
Do inferno solto sob aparência feminina.
Louca e assassina, de conflitante sobreposto, 
No restolho de vossa humanidade decaída.

Apenas peça fria de um princípio decomposto,
Um espírito já morto, que não sente, nada cria,
Tudo que toca definha, sonhos, alegrias, gozos,
Destrói mente e corpo, usando sexo como estigma.

Separou famílias, traumatizou-me, e tantos outros,
No meretrício ruinoso, abusou de criança menina,
Enveredou na cocaína, roubou, fez mal à todos!

E neste ponto, pra fugir dos horrores de sua vida,
Diz-se vítima, mas não nega que tudo foi gostoso,
Um ser tenebroso, só se apraz na essência do mal!

(Por Ozzie 24/01/2021) ©Copyright

DESENCONTROS

Em depressivas instâncias, instáveis estadias,
Insustentáveis rotinas, toda dor é acolhida,
Apego e apatia, apelo pela minh'alma reduzida,
Uma penosa letargia, em intervalos sem saída.

Minha humanidade está perdida, risos de agonia,
Buscam entre outros olhares, ares de empatia.
O doce afago de uma voz que parecia amiga,
Que, de maldosa estima, me negou a companhia.

Jogando os jogos de uma adolescência já perdida,
E, minha sina, de maduro homem, é a pose digna.
Leviano não seria, no trato de minhas sinergias!

E, por sorte de patologia, não sou um suicida,
Que, pela ausência de conversa, dá fim aos próprios dias.
Se brincas de ciúmes e balada, a luta do casto é pela vida!

 (Por Ozzie 17/01/2021) ©Copyright